O que é o Hipericão?
O Hipericão (Hypericum perforatum) é um produto natural, também conhecido como Erva de São João, disponível comercialmente como antidepressivo.
O nome botânico do hipericão, Hypericum perforatum, deriva da palavra grega "hyperikon": hyper (acabou) + eikon (imagem ou aparição), uma referência à crença de que a erva era desagradável para os espíritos malignos. O nome perforatum é traduzido como "perfurado", e refere-se aos pontos minúsculos encontrados nas folhas e flores de Erva de São João, que à primeira vista parecem ser pequenas perfurações. São na verdade pequenas glândulas que, quando pressionadas, liberam os óleos vegetais essenciais e resinas.[1]
Tradicionalmente a Erva de São João é utilizada para o tratamento da depressão, ansiedade, gastrite, insónia e como adjuvante no tratamento da SIDA. Possui alguns efeitos adversos como a fotossensibilização e interação com outros fármacos. Também é conhecido como Saint John's Wort e Sho-Rengyo. O hipericão possui diversos compostos ativos, dos quais se destacam a hipericina e a hiperforina. [2]
As plantas frescas floridas ou as partes aéreas secas são tipicamente usadas. A qualidade do material vegetal bruto é fundamental para a preparação de produtos com uma qualidade elevada e constante. As condições ambientais tais como o clima, as condições e tempo de colheita e secagem levam a uma qualidade variável da matéria-prima. Assim, os fabricantes costumam misturar o material vegetal a partir de fontes cultivadas e não cultivadas, de lugares diferentes e de diferentes anos. [3]
A maioria dos produtos fitofarmacêuticos utilizados para tratamento da depressão são extractos secos submetidos a uma preparação complexa. Material vegetal seco também é utilizado para preparar óleos, extratos fluidos ou chás. É evidente que, dependendo do processo de fabrico, os compostos da planta variam em qualidade e quantidade. [3]
Tabela 1. Compostos ativos importantes encontrados no Hipericão (Hypericum perforatum) [4]
Figura 1. Estruturas químicas dos principais constituintes da erva de São João [5]
Bibliografia:
[1] http://www.herballegacy.com/Nelson_History.html (acedido a 27/05/15)
[2] Goldfrank LR, Flomenbaum NR (2011) Goldfrank’s Toxicologic Emergencies, 9th edn. MacGraw-Hill
[3] Linde K (2009) St. John’s wort - an overview. Forsch Komplementmed 16:146–155
[4] Adaptado de: Linde K (2009) St. John’s wort - an overview. Forsch Komplementmed 16:146–155
[5] Zhou S, Chan E, Pan S-Q, et al (2004) Pharmacokinetic interactions of drugs with St John’s wort. J Psychopharmacol 18:262–276